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A cobertura mais casca grossa que já fiz…

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Bom, pelo título do post vocês já devem imaginar sobre o que vou falar a partir de agora…Sim…O maior perrengue de todos os tempos desde que me conheço por jornalista (e olha já faz um tempo razoável rs)…

Cobertura do Xterra em Ilhabela pelo Webrun…cidade linda, mulherada fantástica, ótimos restaurantes, um mar lindo e natureza exuberante…Cenário perfeito para um fim de semana relax na companhia de vários amigos tanto da organização do evento, quanto atletas, imprensa e alguns conhecidos locais…

Mas como nem tudo que reluz é ouro, essa foi a cobertura mais perrengue que já passei. Estou acostumado a ter percalços, adoro ir para o meio do mato…já acampei numa ilha repleta de cobras, dormi na selva amazônica, passei uma semana no interior de Roraima (diferente do Acre, Roraima existe sim rs)… já caí em trilhas, encarei morros, enfim…. para mim nunca tem tempo ruim…

Aliás, falando em tempo ruim, durante toda a viagem de Sampa para a Ilha o sol foi um ótimo companheiro…mas ao chegar na fila da balsa lembrei do pessoal da meteorologia que disse que o fim de semana seria chuvoso. O céu ficou nublado e o sol sumiu.

À noite comemos no ótimo restaurante Kanoa, administrado por Fausto e sua esposa, que serve ótimos pratos, desde camarão, sanduba, costela, hambúrguer, etc..

Jantar Kanoa

Antes do perrengue no ótimo jantar com os amigos!

No dia seguinte logo cedo estava de pé para a cobertura com o intuito de acompanhar a prova de triatlhon. Passei o percurso todo na caçamba de uma caminhonete, sacudindo mais do que pipoca no microondas! Ao entrar num dos trechos da trilha ainda levo um capote digno de filme…

Literalmente digno de filme, já que o câmera oficial estava gravando bem na hora e registrou o momento mico!! E ainda disse que vai colocar na edição oficial rs…

Depois de me enfiar na lama, tomar muita chuva, ainda perdi a chegada dos primeiros colocados masculinos, pois não consegui descer da trilha há tempo. Tudo bem… consegui pegar a declaração deles na premiação e salvou a cobertura!!

Em exatos 59 minutos escrevi e publiquei o texto usando conexão edge do meu celular, mas não tive tempo de subir fotos e trocar chamada, pois já precisaria acompanhar a largada dos 50 km, o grande diferencial da etapa. Ok, sem dramas. Subi no Toyota bandeirante rumo à famosa praia de Castelhanos, numa estrada teoricamente feita apenas para carros offroad.

meio da prova

No meio da prova aguardando os atletas....tudo ok por enquanto

Teoricamente porque me decepcionei um pouco com os primeiros quilômetros calçados com uma espécie de cascalho rígido, que mais parecia um asfalto. Após esse trecho urbano começou a brincadeira de verdade, com travessia de rios, áreas com muito barro e altos buracos.

Acompanhávamos alguns atletas, a noite foi chegando e São Pedro mandava cada vez mais chuva… Na travessia de um dos riachos o carro atolou e não saía do lugar…resolvi descer para verificar o tamanho da encrenca..a porta emperrou! Desci pela janela e falei alguma coisa para o motorista. Ele engatou a primeira marcha e seguiu rumo ao outro lado…e eu fiquei!!

Precisei atravessar o rio caminhando, no escuro, e sem saber o que tinha embaixo. Achei que seria mais prudente tirar o tênis e a meia e foi o que fiz. Arregacei a calça até o joelho e mandei brasa… Como a noite foi longa, essa foi uma atitude prudente, para não ficar com os pés úmidos e correr o risco de hipotermia!

Chegamos enfim à famosa Praia de Castelhanos… não dava para enxergar nada, então não sei se ela é realmente tão bela assim rs…pelo menos não tinham os famosos borrachudos por lá…

Na volta para a arena da prova fizemos mais algumas imagens dos atletas e a idéia era pegarmos a chegada pelo menos das mulheres e depois fazer algumas entrevistas na premiação. Doce ilusão!!

Numa das subidas nosso jipe desgovernou, caiu numa vala a 45 graus e furou o pneu. O motorista ainda tentou tirar o carro de lá, mas não foi possível.

Ao sairmos do carro ficamos receosos que ele pudesse se inclinar ainda mais para o lado, mas felizmente isso não ocorreu!!! Enquanto a assessora de imprensa que nos acompanhava tentava pedir resgate pelo rádio, eu e o fotógrafo da prova subimos estrada acima na tentativa de encontrar algum staff.

Coloquei copos d’água e maçãs nos meus bolsos caso a caminhada fosse longa, mas por sorte encontramos um bombeiro que indicava aos atletas a saída da trilha. Enquanto eu tentava comunicação pelo rádio do bombeiro, o fotógrafo saiu andando pelo percurso sem luz, sem água e sob chuva torrencial. Loucura loucura loucura!! (Depois descobri que o cara já tinha completado 8 Ironman!!)

Jipe 1

O estado do jipe depois do problema

Depois de muito tempo eu e a assessora (Fabíola) encontramos um lugar onde o rádio funcionou sem estática e conseguimos pedir o resgate. O problema é que a interferência voltava e não conseguíamos dizer o local exato em que estávamos. Após mais um longo e tenebroso inverno, o Betinho, morador da Ilha e staff da prova, conseguiu nos ouvir.

Ele subiu de Castelhanos até o local em que estávamos e iniciou o processo de resgate. Ele percebeu que o pneu havia furado, mas não houve danos na roda, para sorte nossa. Ele também percebeu que o pneu era do tipo sem câmara, o que segundo ele não é bom para andar naquele tipo de estrada. Ele também constatou que o motora não tinha acionado a tração 4X4 do jipe, que consiste em virar uma chavinha na roda. Ou seja, cabaçada digna de entrar para o Ranking dos Cabaços Sem Fronteiras do Facebook.

Ele então prendeu o cabo de aço no engate do nosso jipe e puxou com o jipe dele, para nos tirar da vala. Feito isso pediu o macaco e a chave de roda para o motorista. Como desgraça pouca nunca vem sozinha, o carro não estava equipado com esses “opcionais”… (Pelo menos tinha estepe!!).

Pneu

Estado do Pneu

Para sorte nossa o Betinho tinha macaco e chave de roda. Após mais um bom tempo debaixo de chuva conseguimos resolver o problema e voltamos para a rena. O único problema é que não consegui pegar mais nenhuma atleta chegando e nem a premiação… Paciência, a cobertura ficou prejudicada, mas eu saí inteiro.

Alguns itens que eu tinha na mochila se mostraram de grande valia neste momento. Uma headlamp, água, capa de ch

uva e um casaco anti-chuva da Salomon. Eu estava com uma camiseta, um fleece, o casaco e a capa. Isso ajudou a esquentar, pois começava a fazer frio com a noite caindo. O meu tênis da Salomon também se mostrou guerreiro e resistiu bem a todos os perrengues.

À noite, depois de um revigorante banho quente, ainda tive forças para ouvir uma boa música ao vivo no Bar Estaleiro, na ótima companhia dos amigos da imprensa Daniel e Juliana (Rede Minas TV) e Diogo e Bruna (Canal Whoohoo).

Nem preciso dizer que acordei domingo totalmente descadeirado e com dores por todo o corpo. Mas, como eu mesmo sempre digo: quanto pior melhor! Então bola para frente porque tem mais cobertura perrengue pela frente!

Fim

Fim do perrengue, já na arena da prova me recuperando do susto


Arquivado em:Cotidiano, Reportagens, Viagens Tagged: Cobertura, Ilhabela, Imprensa, Perrengue, Webrun, XTerra

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